Doenças
Existem muitas doenças que podem acabar com a vida de seus bichinhos,
Algumas causas são:
TUBERCOLOSE
Causada pelo Mycobacterium avium, esta doença pode ser contraída por aves de todas as
espécies. É habitualmente transmitida através dos excrementos das que se encontram
doentes ou dos produtos alimentares, nomeadamente cascas de ovos que não tenham sido
previamente fervidas. A transmissão por via respiratória não é muito frequente embora
possa ser transmitida pelo homem. As aves atacadas pela tuberculose começam por perder
peso, emagrecendo bastante, apesar de continuarem a ter apetite. Como a camada de penas
esconde a parte muscular, este enfraquecimento progressivo não é fácil de detectar excepto
se segurarmos a ave nas mãos. Só num estado mais adiantado, começam a "enrolar" as
penas, nome que se dá quando elas ficam eriçadas e ligeiramente enroladas. Vomitam
igualmente a comida, refugiando-se num canto do aviário em letargia quase permanente. E
claro que uma ave nestas condições deve ser imediatamente isolada. Tanto quando se
conhece hoje em dia, a tuberculose nas aves é incurável. O animal morto deve ser queimado.
Como se trata de uma doença contagiosa, aplica-se aqui inteiramente a regra da desinfecção
total do aviário com uma solução a 3% de formol ou qualquer outro desinfectante. É ainda
conveniente que as restantes aves do mesmo aviário passem a dispor de comida rica em
vitaminas e sais minerais.
PARATIFO
É uma doença intestinal contagiosa para todas as espécies de aves e mesmo mamíferos,
incluindo o homem. É também conhecida com o nome de Salmonelose visto ser causada pela
bactéria Salmonella Typhi murium. Os pássaros jovens são facilmente atacados e podem
morrer rapidamente. Por vezes, os adultos funcionam apenas como transmissores da
doença. E por isso que mais uma vez se recomenda todo o cuidado na aquisição de novos
exemplares (onde e em que estado), efectuando a quarentena numa gaiola isolada e só
depois permitindo a sua passagem para o aviário. Os sintomas mais aparentes da ave
atacada por paratifo são os excrementos aquosos, amarelados ou esverdeados, a inflamação
em volta de toda a cloaca e. por vezes. mucosidade nos olhos. Além disso. na sua forma
aguda. o animal vomita tudo o que come e refuga-se a um canto do chão com as penas
eriçadas. O tratamento que se conhece, embora sem resultados muito favoráveis, é a
administração de antibióticos como a estreptomicina e o cloranfenicol ou sulfamidas. A dose está indicada nas embalagens para uso veterinário e de acordo com o peso da ave.
PSITACOSE OU ORNITOSE
Esta doença, extremamente contagiosa e que pode ser transmitida mesmo ao homem, tem
efectivamente dois nomes. Como foi descoberta em primeiro lugar nos psitacídeos, a
denominação adquiriu a raiz morfológica "psitac". Mais tarde, verificou-se que ela existia
também nas outras aves e daí o nome de Ornitose. E vulgar nos papagaios trazidos dos
países de origem e por isso se deve ter muito cuidado com a importação. Como sintomas
gerais, indicam-se os vómitos e os excrementos aquosos de cor cinzenta, cinzenta
esverdeada, ou por vezes verde-escura. A ave agacha-se com as penas eriçadas, em tufo.
Num estado já muito adiantado, o mal atinge o próprio sistema nervoso e ela não consegue
segurar-se no poleiro desequilibrando-se com facilidade e acabando por morrer. Como
sempre, o diagnóstico é difícil nos primeiros tempos da doença, pois o período de incubação
varia entre 5 dias e 3 meses. Mas, entretanto, a ave pode não apresentar quaisquer
sintomas. Se não houver cuidado, o contágio estende-se mesmo ao homem através da
respiração do ar infectado e a doença manifesta-se por uma inflamação nos pulmões. O único
tratamento possível é à base de antibióticos mas em regra as aves acabam por morrer. Resta
acrescentar, para sossego dos criadores, que a psitacose está hoje praticamente debelada
devido à inspecção rígida a que são sujeitas todas as aves importadas.
APARELHO RESPIRATÓRIO
As doenças mais vulgares deste tipo são a constipação e o catarro. A primeira reconhece-se
pela dificuldade que a ave tem em respirar, ao mesmo tempo que apresenta as aberturas
nasais obstruídas. No catarro, pelo contrário, a respiração é rápida. São normalmente
doenças causadas por um resfriamento, pois as aves tropicais não suportam uma queda de
temperatura. O tratamento consiste em colocar a ave numa gaiola separada, a uma
temperatura de 35-40º C. Isto consegue-se cobrindo a gaiola parcialmente com um pano e
pondo por cima uma lâmpada eléctrica de 25 W. Como é natural, a temperatura do ambiente
tem influência na forma de alcançar aquela que se pretende no interior da gaiola. Assim, é
conveniente usar um pequeno termómetro pendurado nos arames e ir observando se a
potência da lâmpada é suficiente e se é necessário colocá-la mais próximo ou mais afastada
do topo da gaiola. A alimentação deve ser rica em vitaminas. Se tal for preciso, convém
limpar os orifícios nasais com glicerina líquida. Logo que a ave se mostre em condições,
procede-se ao abaixamento gradual da temperatura até atingir a do ambiente do aviário ou
viveiro, o que se consegue diminuindo a intensidade da lâmpada e afastando-a progressiva-
mente da gaiola. Apenas em casos já muito adiantados é necessário usar antibióticos.
APARELHO DIGESTIVO
Os chamados desarranjos intestinais são normalmente caracterizados por diarreia aquosa ou
com mucos, de cor cinzenta ou cinzenta-acastanhada. Além disso, as penas em redor da
cloaca ficam bastante sujas e a pele nessa mesma zona apresenta-se avermelhada. A ave
tem também vómitos e, como é natural, encolhe-se a um canto com as penas eriçadas e a
cabeça debaixo da asa. As causas devem ser geralmente procuradas na má alimentação
(sementes sujas) e na água igualmente suja ou extremamente fria, embora a doença possa
aparecer como resultado de um resfriamento. O tratamento consiste no isolamento em
gaiola aquecida (ver doenças do aparelho respiratório) e na administração de um antibiótico
ou sulfamidas para uso veterinário, nas doses indicadas de acordo com o peso. A ave não
deve comer verdura e, em vez de água, coloca-se no bebedouro chá de camomila. Também
como doença do aparelho digestivo podemos considerar a proliferação de uma bactéria
normalmente existente nos intestinos das aves, chamada Escherichia coIi, onde auxilia a
digestão. Com efeito, devido a um enfraquecimento que pode resultar de uma alimentação
deficiente, a bactéria multiplica-se em quantidade exagerada e provoca no animal sintomas
graves que podem levar à morte. O tratamento consiste na aplicação de uma pequena dose
de antibiótico. As aves podem ainda ser atacadas de prisão de ventre ou obstipação. Neste
caso, dá-se à ave alimento verde, com o auxílio de um conta-gotas, obriga-se a engolir uma
gota de azeite.
CONJUTIVITE
Como facilmente se depreende, trata-se de uma inflamação nos olhos, em regra devida à
falta de higiene ou às poeiras existentes no aviário. O tratamento, tal como acontece para os
outros animais, consiste na aplicação de algumas gotas de um preparado específico, pelo
menos duas vezes ao dia e durante duas semanas.
RAQUITISMO
É uma doença causada pela falta de substâncias minerais na alimentação e que atinge
sobretudo as crias. Estas, ao sair do ninho, apresentam certa dificuldade em manter-se de
pé, chegando mesmo a encurvar as pernas. O tratamento é sobretudo à base de vitamina D
mas, como em muitos outros casos, é melhor evitar que tal aconteça administrando sempre
aos pais uma alimentação adequada e, se necessário, algumas gotas de um preparado
vitamínico na água ou na comida.
CAUSADAS POR PARASITAS
Existem duas grandes classes de doenças deste tipo, conforme são causadas por
endoparasitas (que vivem no interior do corpo do animal) ou ectoparasitas (que vivem no
exterior). Dos endoparasitas, citamos em primeiro lugar os que originam a conhecida
coccidiose. Vivem nas paredes dos intestinos causando profundas inflamações, a tal ponto
que os excrementos das aves chegam a apresentar vestígios de sangue de mistura com uma
mucosidade característica. A doença é, portanto, infecciosa e convém que a ave seja
imediatamente isolada e tratada com um medicamento à base de sulfamidas. Nos intestinos
das aves, podem ainda aparecer vermes parasitas do género Capillaria, cuja presença só
pode ser detectada através da análise dos excrementos. O tratamento é então indicado por
um veterinário. Entre os ectoparasitas, o mais comum é o causador de uma espécie de
escamação exagerada na pele das pernas. E o Chemidocoptes mutans que pode ser
perfeitamente combatido aplicando um pouco de azeite ou um preparado oleoso nas regiões
afectadas. O óleo tapa os orifícios respiratórios do parasita, ocasionando portanto a sua
morte. Os outros ectoparasitas pertencem ao grupo dos insectos Mallophagus e atacam não
só a pele como parte das penas das aves. No entanto, chegam a alimentar-se do próprio
sangue e, se o seu número for demasiado, o que se nota pela intensidade com que a ave se
cata, devemos aplicar um preparado insecticida dos que se vendem nas lojas da
especialidade e para o fim adequado. Uma ave tem sempre tendência em alisar as penas e
catar-se. Mas, se esse procedimento for exagerado e quase violento, é a altura de intervir.
ARRANQUE DAS PENAS
Não é normal que as aves arranquem as penas das outras aves, as suas próprias ou até
mesmo as dos filhos quando estes se encontram nos ninhos. Se tal acontece, é porque algum
desequilíbrio existe na manutenção e sobretudo na parte alimentar. Efectivamente, esse
procedimento nunca aconteceria se as aves estivessem em liberdade, tendo à sua disposição
tudo o que necessitam. Em cativeiro, o facto é por demais conhecido não só nas aves (veja-se
o caso das galinhas) como até nos próprios mamíferos. O que se passa é que a ave procura
nas penas (tal como os mamíferos o fazem nos pêlos) o alimento de origem animal que lhe
falta na dieta diária fornecida pelo criador. É esse o único recurso que têm à sua disposição.
Por vezes, é claro, isso torna-se um vício, mesmo depois de restabelecido o equilíbrio.
Teremos portanto toda a vantagem em evitar que tal aconteça, mas não se diga - e temos
muitas provas disso - que o vício não se pode curar. No capítulo referente à alimentação,
falámos detalhadamente da necessidade da inclusão de proteínas de origem animal na dieta
das aves. Ovo cozido, insectos e até mesmo um pouco de presunto não muito salgado são
precisamente alimentos que devem ser administrados quando as aves denotam um estranho
apetite pelas penas: as suas ou as das outras aves. Por vezes, um ambiente demasiado seco
também pode desencadear o mesmo procedimento, assim como uma falta de vitaminas ou
sais minerais. Como é evidente, é necessário então fazer pulverizações frequentes de água
tépida e não esquecer os alimentos que forneçam vitaminas e sais minerais.
DIFICULDADE NA POSTURA DOS OVOS
Embora não se trate propriamente de uma doença, a dificuldade em expulsar os ovos pela
cloaca pode ser devida a vários factores, entre os quais o tempo frio e novamente a falta de
substâncias minerais. Quando tal acontece, a fêmea apresenta-se agachada num canto do
aviário com as penas eriçadas e fazendo pequenos movimentos com o corpo, como se
tentasse em vão expulsar o ovo. A melhor forma de a auxiliar é mudá-la para um ambiente
aquecido, pegando nela com todo o cuidado e depois segurando-a por cima de uma cafeteira
com água a ferver, de modo a que o vapor de água atinja toda a parte inferior do corpo. Normalmente, produz-se uma dilatação da cloaca e a ave chega a pôr o ovo naquele mesmo
instante na nossa mão. Nos casos mais graves, é necessário colocar uma gota de azeite com o
auxílio de um conta-gotas no interior da cloaca, ao mesmo tempo que se efectua a mudança
da ave para um ambiente húmido e ligeiramente aquecido.
""MAS ATENÇÃO! É FUNDAMENTAL PROCURAR SEU MEDICO VETERINARIO
EM QUALQUER CASO DE DOENÇA OU INFECÇÃO""
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